Candidato do PSDB se diz 'extremamente confiante' sobre ultrapassar Marina para ir ao segundo turno e fecha campanha com caminhadas na Grande Belo Horizonte, onde veio perdendo votos para Dilma.


São Paulo – O candidato do PSDB à presidência da República, Aécio Neves, decidiu fechar a campanha do primeiro turno com caminhadas por cidades de Minas Gerais. Enquanto a candidata do PT, Dilma Rousseff, escolheu a Belo Horizonte natal para fazer um de seus últimos atos antes da votação de amanhã, o senador apostou em passar por municípios da região metropolitana da capital, locais em que veio perdendo votos para a oponente nas últimas semanas. Nas últimas semanas o tucano reconquistou parte do espaço perdido para a candidata do PSB, Marina Silva, mas sofre uma derrota de mais de dez pontos para a presidenta no estado que governou durante oito anos, segundo institutos de pesquisa, e seu candidato ao governo estadual, Pimenta da Veiga, pode sair derrotado em primeiro turno para o petista Fernando Pimentel.

Durante conversa com jornalistas em Santa Luzia, Aécio se revezou entre críticas diretas a Dilma e alfinetadas em Marina, com quem disputa vaga em um eventual segundo turno. O senador afirmou estar "extremamente confiante" de que chegará na segunda colocação para, nas próximas semanas, contar com tempo igual de televisão em relação à presidente e poder derrotá-la.

"Ninguém é melhor do que ninguém. Eu tenho enorme respeito pela Marina, que disputa com dignidade a oportunidade também de presidir o Brasil. Da mesma forma que eu. Não há diferença entre nós. Apenas o que eu tenho a oferecer ao Brasil é um projeto experimentado”, disse Aécio. Ele argumentou que tem em seu entorno pessoas qualificadas e a experiência de um governo “extremamente exitoso”, além de se considerar um líder político que reúne a experiência de parlamentar.

A questão econômica foi, mais uma vez, central na fala de Aécio, que comentou o lançamento, na antevéspera da eleição, do capítulo de seu plano de governo para essa área. Ao fazê-lo, o senador novamente aproveitou para buscar se diferenciar de Marina, a primeira entre os três principais candidatos a lançar seu conjunto de propostas – a única que não o fez foi Dilma, que considera que as realizações de seu mandato já servem como uma carta de intenções para seus próximos quatro anos.

“Nós não estamos montando um programa diferente daquilo que nós pensamos e praticamos. Nós apresentamos o nosso programa da forma que achamos mais adequado, depois de termos apresentado as diretrizes”, argumentou o tucano. Marina promoveu mudanças em capítulos de seu governo após pressões do agronegócio e de representantes de setores religiosos. Aos produtores rurais, comprometeu-se a não revisar os índices de produtividade da terra que definem a reforma agrária e abriu mão do compromisso pelo desmatamento zero. Na questão moral, deixou de lado a defesa da ampliação da legislação pelo casamento entre pessoas do mesmo sexo.

O programa de Aécio para a economia trabalha com uma meta de inflação de 3%, um ponto e meio abaixo da meta utiliza ao longo da maior parte dos governos Lula e Dilma e promete “choque fiscal” para incentivar investimentos. Uma diferença clara em relação a Marina está no papel do Banco Central. A candidata do PSB propôs "independência" do órgão de regulação do sistema financeiro, com mandatos fixos, de duração maior que o presidencial e sem possibilidade de demissão pelo chefe de Estado, salvo em casos extremamente graves. Depois da polêmica, o tucano oferece em seu programa de governo "autonomia operacional" ao BC, o que na prática já existe.

As propostas de Aécio neste segmento são coordenadas pelo economista Armínio Fraga, presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso e já anunciado pelo senador como ministro da Fazenda em um eventual governo. Fraga é autor da declaração de que o salário mínimo está muito alto e que um pouco mais de desemprego seria benéfico para os investidores.

“Do ponto de vista da economia, quando eu antecipo o nome de quem será Ministro da Fazenda, se eu vencer as eleições, é até uma certa ousadia porque não é tradição nas eleições, eu quero sinalizar que nós teremos uma política fiscal absolutamente transparente. O meu governo não será o governo dos pacotes, dos planos mirabolantes. Será o governo da previsibilidade porque isso é absolutamente essencial para que o mercado, os investidores, para que nós possamos resgatar a credibilidade do país para que esses investidores possam voltar a ser parceiros do desenvolvimento nacional”, argumentou Aécio.


Rede Brasil Atual

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